quinta-feira, 1 de julho de 2010

E o cara era pintor...

Tá, tudo começa nessa história que escrevi faz tempo.

E o cara era pintor, saiu de uma foto (na foto ele acendia um charuto e tava sujo de tinta) e de uma musica do Cake, Love You Madly.
E era mais ou menos assim...
Ele tava na paulista, pintando sei lá o que e fumando um charuto. Fala com alguém que passa sobre as coisas que ele pinta, sobre como a ex dele odiava quase tudo nele mas ele gostava dela igual. Uma hora a coisa se distanciou muito e ele resolveu que tinha que seguir em frente, e amor, por mais amor que seja, acaba (menos o da sua mãe, esse é pra sempre. E olha que a mãe dele é crente e diz pra ele cortar o cabelo e tomar jeito na vida).

Enfim...ouvi Love You Madly e senti saudade. E pensei, ao andar pra parada de onibus, o que ele diria pra mim se a gente se visse.

E, na minha doentia cabeça, pensei que ele viria na rua, com seu gol véio (daqueles quadrados e cinzas), toca fita (sim, toca fita) ligado no rádio e me daria uma carona pra faculdade.

Ele pergunta como eu ando.
Respondo "não muito bem" e coisa e tal.
E ele, delicadamente, muda de assunto e pergunta como tá a faculdade.
E eu respondo que não muito bem e coisa e tal.
Ele me diz que eu sou a esperança do pessoal, se eu ferrasse meu futuro, ele ferrava comigo.
Fiz uma cara de desespero, mas ele riu e disse que as coisas dariam um jeito nelas mesmas uma hora ou outra.
Ele sorri, pergunta se já larguei o celibato e me chama pra sair na sexta.
Eu tinha prova.
Ele me chama de coisas e me diz pra levar a vida não tão a sério.
Disse que alguém precisava levar.
E então, com a sabedoria que ele não sabe que tem, disse que a vida não leva quase nada a sério e que a gente deveria relaxar e ver o que ela tem aprontado pra gente.
E eu respondo que tenho aprontado algo pra ela, mas eu não sabia o que ainda.


Ele me deixa na faculdade e vai embora.



Da série: a Lu e a mente insana dela

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