sábado, 18 de dezembro de 2010

A Ser Remendado Junto a Outros I

Deitada em sua cama, com o nariz meio escorrendo e acomodada demais pra se mexer, ela o olha nos olhos e estende a mão mais solta.
- Fica aqui comigo por enquanto? Não posso dormir.
Ele sorri, e a segura a mão dela entre as suas na altura dos joelhos.
- Claro que sim. - Mas ele não fala muito. Meio tonta de desconforto e sem saber o que dizer, ela canta musicas em sua cabeça que a fazem pensar em tudo que um dia poderia ter existido no universo. No momento, aquelas canções babacas ouvidas na infância a fazem pensar que talvez não houvesse compositor pra nenhuma delas, e elas seriam obra do consciente coletivo numa espécie de comunhão cósmica. Ele, no tédio, pergunta:
- No que está pensando?
- Em nada.
- Hmm..
- E você?
- Nada também.
- Ah tá.



(Isso acontece direto comigo. Daí descobri que falar esse tipo de pensamento geralmente gera (...) assuntos muito interessantes de se conversar.)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

As pessoas são julgadas por serem promiscuas, por beberem, por gostarem de coisas estranhas.
São recriminadas por serem caladas demais, sérias demais, fechadas demais, por lerem demais, por não gostarem de companhia.
O preconceito surge por uma mania que você tem, um gosto excentrico, pelas pessoas que anda.

Meu crime é ser feliz e não reprimir isso

Devo estar bem...né?...Não é..?

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

às vezes meu lado criança fala muito alto mesmo.
Nesse exato momento, a pequena Lu está puxando a barra da calça do meu pijama, chorando porque vai sair do país sem a mãe dela. E porque ela vai estar lá sozinha cheia de gente estranha e não vai ter aquela doce liberdade de não ser responsável pelas finanças ou pela hospedagem...só ir com a mamãe e tudo lindo.
Nesse exato momento a Lu criança tá quase não indo mais, quase desistindo, quase voltando pra casa de tanto medo, de tanta...coisa.

Mas certa vez o Manaus me disse a frase de um filme tão gay que eu não vou dizer o nome (ele não aparenta ser tão meloso, e nem eu tão pouco macho-grr-), e é a seguinte:

"As vezes pra encontrarmos o equilíbrio, precisamos perder o equilíbrio".

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Me desculpe

Por tudo. Sério, tudo mesmo.
Tudo do jeito que está.
As coisas ruins serem mais freqüentes que as boas, da futilidade, do mundo parecer esse lugar errado.
Me desculpe por isso, e pelas pessoas também. Elas são falsas, feias, cruéis, egoístas. Falam daquelas que estão no topo e não são caridosas mas fariam o mesmo no lugar delas, sabe? Chamam isso de hipocrisia, certo? Pois então, desculpe por isso.
Me desculpe pelo dinheiro também, esse é realmente o pior de todos. E pelo "American Way of Life" que destrói a natureza que eu tanto gosto.
Ah, sim, padrões...me desculpe pelos padrões. E pela obrigação de seguir os padrões. Melhor ainda: me desculpe por todas as coisas feitas pelo homem. Porque o que não é chato ou destrutivo é ilegal, imoral ou engorda.
Enfim..realmente é uma cagada imensa, sem fim, absurda, onde o mundo está soterrado. Eu não gosto disso, tampouco gosto de me sentir tão impotente.
O mundo de fato é um lugar ruim, e por mais que pessoas tentem fazer algo qaunto a isso, muitas mais vão afunda-lo ainda mais na merda.E isso me faz chorar as vezes...e me faz ficar brava, me faz pensar em não ter filhos (e olha que sou uma pessoa bastante maternal...) só pra eles não terem que lidar com isso.

Mas...

...Existem as coisas boas. Claro que existem. Bolhas de sabão, gatos, frescor depois da chuva, sorvete. E existe você, é claro. Você é uma coisa boa. Eu juro!
Existem explicações sociológicas, políticas, culturais, economicas, religiosas, entre tantas outras para o que está acontecendo. Essas mesmas fontes de conhecimento afirmam que é um sistema em crise e que irá colapsar. Chamam de "Era da Confluência", "Era de Aquário", "Crise do Capitalismo", como queira...
Gosto de chamar de "centelha de esperança" : )
Mas esse não é o ponto. O ponto é não desistir.
Sabe quando você ama alguém? É, alguém. É muito parecido com amar a vida.
Você pode muito bem amar alguém doce, sorridente, inteligente, criativo e divertido.
Mas amar alguém que também é confuso, inseguro, com medos e fobias infinitas, manias, chatices, indiscrições..é sempre mais difícil.
Qual amor é mais verdadeiro, portanto?
O fácil, praticamente encomendado, instantâneo..
Ou aquele que precisamos trabalhar, contruir, entender, ver além do que aparenta, ver a essência pra reconhecer o que, afinal, se tem pra amar?
Acho que é a compreensão que nos falta às vezes.
(isso serve pro mundo, mas serve pra mim e pra todas as pessoas...)

Eieieiei...antes de começar a confusão, não to te pedindo pra sair atrás das piores pessoas do mundo e correr pro abraço, LONGE disso! Existem certos esforços que são..inúteis, simplesmente. Se alguém te faz mal, não se esforce.
Mas a vida? Não amar a vida é como não amar sua mãe!

E a minha mãe tem todos os defeitos do mundo, e um monte de coisas que eu queria que ela repensasse...mas a amo mesmo assim...

...bom, recado dado.
Faça o favor de pensar sobre isso da proxima vez que pensar que a vida é cruel.