Tu sorri quando eu chego. Eu falo, muito rápido, as novidades, as grosserias, os gracejos pra te fazer rir. Tu me despe da pose e me abraça, se esconde em mim de toda a ruindade do mundo, e eu em ti. Parece que finalmente podemos respirar, então respiramos. Por mais que Eu e Tu sejamos entidades físicas e metafísicas separadas, independentes, com gostos em separado e em comum e apreciemos isso acima de todas as coisas, existe então aquele momento sempre breve que, escondidos do resto do mundo, a gente vira aquele (quase) patético pronome pessoal na segunda pessoa do plural, que desfaz o nosso orgulho em carinho. Criamos esse cotidiano onde tu desfaz a minha ordem (e sim, falo das lixeiras e das cobertas). Eu me chego em ti, atrás do calor que eu desaprendi a dormir sem, procurando em ti os lugares (novos e bem decorados) onde eu gosto mais do teu cheiro.
Até acordar e começar tudo de novo.
Um comentário:
e finalmente você achou aquilo que precisava, mesmo sem procurar. <3
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