domingo, 1 de abril de 2012

O pão nosso de cada dia.

Pão, como se espera, é uma metáfora pra algo solido mas não firme, é algo que eu posso moldar, amassar, rechear, torrar e por fim comer. E é uma parada, essa, que faz migalha.
E meu Deus, haja migalha.
As migalhas de um pão já feito. Foi preparado pra outra pessoa, que solta os farelos no chão. Eu, cega de fome e desespero me atiro freneticamente (pois esse é o unico jeito que sei) e devoro as migalhas todas, sem ver exatamente o que as provoca.
Mas a fome bate de novo, os restos minguam, o vazio volta. Eu olho pra cima e vejo nada além do pão bem amassado nas mãos de outra pessoa, que não sente fome.
"É maldade" penso.
"Mas alí tem algo que você não pode comer além do pão que produz o farelo, e te seria indigesto" dizem. "Então não é maldade te privar. Pare de sentir fome."

Como parar de sentir fome?
E se não houver mais nada para comer?
Será aquilo tudo tão indigesto assim?

E será que tu sabes quantos desses aqui são pra ti?


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