22°C com sol na capital gaúcha.
Uma brisa muito agradável entra pela janela.
Penso nos dias que eu aproveitei meu quintal, ou as proximidades dessa casa.
Me vêm ao pensamento que, de início, eu não gostava daqui.
E resta esperar as melhores coisas da nova morada.
De repente a Federalme parece tão (tão tão) chata.
Mas eu tenho certeza que é um pouco rancor das pessoas dela mesmo.
Reparei que aqui as pessoas costumam a ter mais regras, também. É tudo incrívelmente previsível.
Quando vim pra cá, me senti mais da família, mais dos amigos, e mais de São Paulo.
Por mais estranho que isso possa parecer.
(Há um tempão pão pão atrás).
E de todas as coisas que me via no futuro:
Mãe, filha, avó, bióloga, louca dos gatos, educadora, ambientalista, ativista, cozinheira, dona de um bistrot-escola, nerd aos 50 anos, guitarra base e vocal de uma banda cover dos beatles totalmente feminina chamada "lay-dee bug"...
Certamente não me vi viajante.
Eu era/sou/fui/hã? muito apegada para ser viajante.
E acho que sou viajante. Mesmo não viajando muito.
Mesmo que eu viaaaaaaaaaje
Ao menos não moro mais em casa desde cedo. Muito cedo. Mesmo que um tanto sem querer.
O futuro tem esse jeito estranho de mexer com as coisas.
Quando brincamos de Beatles na Abey Road
Eu e meus irmãos, na Paulista
Éramos:
Eu, a mais nova, o Ringo
O mais velho, o John
O do meio, o George
E o mais novo, dentre os mais velhos, o Paul (por insistência dele, por pedir primeiro.)
Eu decidi todos os outros.
E a coisa mais divertida que fiz em muito tempo foi pintar o cabelo de azul, e me senti muito no ginásio, no colegial, nos strokes, no banheiro chorando, e na revolta com tudo e todos. Eu queria por pra fora não a revolta, não a diferença, mas A COR que há em mim. No meu cabelo.
Hoje sou alguém com o cabelo um tanto azul e um guarda-chuva amarelo.
E que mora longe
E que viaja.